quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

PEDICULOSE: O PIOLHO NÃO BATE À PORTA

Dr. Tiago Reis

A pediculose da cabeça e corporal é uma infestação universal, mas que tende a ser prevalente nas regiões tropicais, em aglomerados populacionais e em escolas e lares. A transmissão ocorre por contacto directo cabeça a cabeça, ou pelo contacto com roupas contaminadas. Para que haja um diagnóstico adequado, é necessário analisar todo o couro cabeludo, tendo em especial atenção às áreas retroauriculares e à nuca.




Há mais de cem mil anos que se conhece a pediculose. Os ovos mais antigos foram descobertos em escavações, no Médio Oriente, entre 6300 e 9000 AC.

Esta infestação tem como agente três tipos de piolhos: o Pediculus humanus var capitis, responsável pela pediculose da cabeça; o Pediculus humanus var corporis, agente da pediculose corporal; e o Pthirus pubis, causador da pediculose púbica.

Trata-se de uma infestação universal, mas que tende a ser mais prevalente nas regiões tropicais, em aglomerados populacionais e em escolas e lares.

A transmissão ocorre por contacto directo cabeça a cabeça ou pelo contacto com roupas contaminadas. Quanto à pediculose púbica, a transmissão é tipicamente sexual.A principal manifestação clínica é o prurido nas localizações da infestação, conjuntamente com eritema local e pequenas pápulas nos locais das picadas. Escoriações, piodermite e linfadenopatia também podem ser observadas. Na pediculose corporal e púbica, especialmente nas formas mais intensas e de maior duração, observam-se máculas azuladas, denominadas de máculas cerúleas, resultantes de pigmentos formados pela acção da saliva do parasita sobre a hemoglobina do hospedeiro.

Diagnóstico da pediculose

O diagnóstico de pediculose faz-se pela visualização do parasita vivo e/ou das lêndeas. Todo o couro cabeludo deve ser observado cuidadosamente e deve-se ter uma especial atenção às áreas retroauriculares e à nuca. A distância das lêndeas à raiz do cabelo evidencia a duração da infestação. Para o diagnóstico da pediculose corporal, o exame deve incluir não só a pele do doente mas especialmente as costuras da roupa, onde os piolhos geralmente se alojam. Na infestação por Pthirus pubis, o parasita pode ser encontrado em qualquer local com pêlo, especialmente na região púbica, mas também nas pernas, tronco, barba e pestanas.


Tratamento mais eficaz

A chave para um tratamento eficaz é o tratamento do doente infectado e de todos os seus contactos. Além disso, está recomendada a lavagem a altas temperaturas (a mais de 60ºC) da roupa do doente e da roupa de cama e de banho.

São várias as opções farmacológicas para o tratamento desta afecção. As piretrinas naturais, conjuntamente com butóxido de piperonilo que potencia a acção parasiticida, estão disponíveis em formas farmacêuticas de venda livre (champôs e loções). Este pediculicida deve permanecer no couro cabeludo não mais de dez minutos. A permetrina, utilizada em concentrações entre um e cinco por cento, é uma piretrina sintética. Por ter uma actividade residual de duas semanas, é mais eficaz que os outros parasiticidas. O lindano (champô a um por cento) é um fármaco muito eficaz, mas por possuir neurotoxicidade potencial deve ser utilizado com precaução (evitar aplicações sucessivas, limitar o uso em crianças com menos de dois anos e não utilizar se houver erosões cutâneas).

A remoção mecânica dos piolhos e das lêndeas deve ser usada como tratamento adjuvante. Para isso, pode-se utilizar um pente especial de dentes finos nos cabelos húmidos, de forma bissemanal durante duas semanas.

Tem-se verificado nos últimos anos, um aumento das resistências aos pediculicidas, pelo que é de admitir esta possibilidade, caso se verifique ineficácia do tratamento. Terapia rotacional e a combinação com medidas mecânicas são a melhor forma de lidar com este problema.


O que é o piolho

É um insecto que não voa, não salta, pode parasitar o couro cabeludo, corpo e região da púbis, alimenta-se de sangue humano e vive em torno de 30 dias. Dependendo da espécie, a fêmea pode colocar até 300 ovos durante sua vida.

Dr. Tiago Reis

Serviço de Dermatologia do Hospital de Santo António

1 comentário:

Unknown disse...

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