quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

TELEVISÃO: AMIGO OU PAPÃO?

Sandra Cardoso


Crianças e adolescentes portugueses estão cada vez mais dependentes da televisão. O Saúde Semanário conta-lhe os problemas que as horas em frente ao televisor podem trazer aos seus filhos e desvenda-lhe algumas dicas para fazer do pequeno ecrã um aliado.



“Ana vem jantar. - Espera, mãe, estou a ver os Morangos com Açúcar”. Esta é uma conversa recorrente na casa da família Lopes. Mal chegam a casa, os dois filhos do casal, de 8 e 13 anos vão a correr para a televisão. “Nem vale a pena tentar falar com eles”, conta o pai. Depois de algumas discussões, sentiram necessidade de implementar regras e também de fazer cedências. Hoje, o jantar é às 20 horas, reflexo da série de sucesso da TVI. “Vêem os programas que gostam e durante a refeição aproveitamos para conversar”, explica a mãe. E acrescenta: “Tem de haver tempo para tudo”.

Em muitas casas portuguesas, a situação é semelhante. No entanto, a forma de lidar com o crescente interesse dos mais novos em relação ao pequeno ecrã varia. Alguns encarregados de educação não descuram a existência de regras, outros, contudo, são mais permissivos. É o caso de Paulo Jorge, divorciado, que está com o filho, de 10 anos, apenas de duas em duas semanas. Apesar de achar que o Tomás vê demasiada televisão, diz depositar total confiança nas escolhas televisivas da criança. “Não supervisiono”, esclarece.



Televisão em excesso

As crianças e jovens portugueses com idades entre os 10 e os 16 anos passam uma média diária de 4,5 horas em frente da televisão, avança o estudo A Criança e a Televisão – Contributos para o Estudo da Recepção, apresentado pela investigadora Sónia Carrilho, como tese de mestrado na Universidade Católica de Lisboa. Ao fim-de-semana e nas férias, a televisão é a grande companhia das gerações mais novas. A exposição sobe para 7,5 horas.

“É extremamente excessivo”, comenta a psicóloga Elsa Lopes. Agitação nocturna, fantasias e dificuldades motoras de desenvolvimento retardado, resultante de passarem muito tempo sentados, são alguns dos problemas apontados pela especialista, ainda que considere ser difícil estabelecer uma causalidade directa. A responsável clínica recorda um caso que lhe passou pelo consultório: “uma criança, de 9 anos, estava convencida de ser um power ranger”.



Quantidade ou qualidade?

Elsa Lopes considera que mais importante que as horas que as crianças passam em frente ao televisor, é a qualidade dos programas visionados.

Cabe aos pais o papel de “reverterem a televisão a seu favor e utilizá-la de forma útil e produtiva na educação dos seus filhos”, segundo a especialista. (ver caixa conselhos). E exemplifica: “os autores do fenómeno Morangos com Açúcar tiveram a preocupação de passar mensagens de valores sociais e morais, através da abordagem de temas actuais como o uso de drogas, a sexualidade, os grupos, as relações pais/filhos e professores/alunos”.



A Dra. Elsa Lopes aconselha:

1. Ensine o seu filho a ver programas e a evitar o “zapping”

2. Supervisione as escolhas do seu filho com a ajuda de um guia de programação televisiva

3. Veja os programas em família. Se tal não for possível, incentive o seu filho a falar sobre o que viu

4. Combata a passividade! Evite que o seu filho fique horas em frente ao ecrã sem ver nada específico

5. Não deixe que o seu filho tenha televisão no quarto

6. Incentive as crianças a brincar, praticar desporto e passear

7. As crianças com menos de dois anos não devem ver televisão

8. Antes de irem para a cama, as crianças devem a assistir a programas calmos



O que vêem os mais novos?

1. Desenhos animados (quase quatro horas por dia)

2. Telenovelas, os jogos de futebol e os filmes de aventura (mais de três horas e meia).

3. Filmes de humor, programas musicais e publicidade.

Fonte: A Criança e a Televisão - Contributos para o Estudo da Recepção, de Sónia Carrilho.



Não faz mal aos olhos!

Ao contrário daquilo que se diz, o excesso de exposição não faz mal aos olhos das crianças, apurou o Saúde Semanário. «Em geral, a televisão não constitui contra-indicação, a não ser que já existam problemas», afirma o oftalmologista a Reich d’Almeida. Ainda assim, o especialista ressalva que os inconvenientes são outros, como «obesidade e desinteresse».




Fonte: Saúde Semanário

HIPERTENSÃO ARTERIAL » DOENÇA CRÓNICA E SEM CURA

As doenças cardiovasculares e as doenças coronárias estão intimamente ligadas à hipertensão arterial (HTA), cuja incidência aumenta com a idade. Urge, pois, controlar os valores da pressão arterial para evitar patologias como enfartes do miocárdio ou acidentes vasculares cere­brais. Todos os mamíferos têm e necessitam de um determinado valor de pressão no seu sistema circulatório arterial – pressão arterial.

«Esta pressão permite ao sangue circular em todo o organismo e perfundir os diversos órgãos, levando até eles o oxigénio e os nutrientes de que necessitam para funcionar», diz o Dr. Manuel Almeida, cardiologista no Hospital de Santa Cruz, acrescentando:

«É importante saber que os valo­res da pressão devem estar dentro de um determinado intervalo, de forma a que o sangue possa cir­cular adequadamente, sem provocar lesões nas paredes das artérias.»

Nos jovens, as paredes das artérias são elásticas e contêm células musculares, cuja contracção e relaxamento provoca o estrei­tamento ou o alargamento do diâmetro das artérias, afectando, assim, o valor da pressão do sangue no seu interior.

A elasticidade das artérias é importante, pois, permite acomodar o sangue que o coração ejecta cada vez que se contrai, evitando subidas bruscas e acentuadas da pressão arterial.

De acordo com o cardiologista, «o sistema vascular é dinâmico, por exemplo, quando se faz um esforço, assiste-se a uma redistribuição do fluxo sanguíneo, em especial para os músculos e para o cérebro. Isto ocorre devido à dilatação selectiva de alguns territórios vasculares e à contracção de outros».

«Com o avançar da idade», continua, «as artérias tendem a ficar rígidas e a perder a sua capacidade para dilatar e acomodar de forma adequada as variações no volume de sangue circulante, sobretudo se houver uma sobrecarga hídrica, pelo que a pressão arterial tende a aumentar».

Alguns factores de risco podem ser controlados
A hipertensão arterial, em 90-95% dos casos, não tem causa conhecida. É uma doença crónica sem cura, mas controlável na maioria dos casos. Existem, no entanto, factores de risco que aumentam a probabilidade de desenvolver HTA.

«Alguns destes factores de risco são passíveis de controlo, como a obesidade, o consumo exagerado de sal e de álcool, o sedentarismo e o stress», diz o médico, indicando outros factores que não são controláveis:

«A raça (as pessoas de origem africana desenvolvem mais HTA e de uma forma mais acentuada); a hereditariedade (existe uma tendência para a HTA); idade (em geral quanto mais idosa a pessoa maior a probabilidade de desenvolver HTA).»

Ainda em relação à idade, o médico refere que «os homens tendem a desenvolver tensão alta entre os 35 e os 50 anos, enquanto as mulheres tendem a desenvolvê-la mais tardiamente, após a menopausa».


Hipertensos podem sofrer enfartes ou AVC

De um modo geral, a presença de HTA implica um maior esforço do coração e das artérias. O coração tem de bombear o sangue para as artérias com mais força por períodos longos de tempo e, desta forma, tende a ficar maior. Um coração um pouco maior pode funcionar me­lhor inicialmente, mas se a dilatação prosseguir e se se tornar demasiada pode prejudicar significativamente o seu funcionamento.

Com a idade, todas as pessoas, independentemente de serem ou não hipertensas, ficam com as artérias mais rígidas e menos elásticas. Mas a presença de HTA acelera e agrava mais este processo.

Desta forma, segundo explica Manuel Almeida, «as paredes arteriais tendem a ficar mais frágeis, aumentando o risco de “tromboses cerebrais” ou de enfartes cardíacos. Pode igualmente danificar os rins e a visão. Além disso, os doentes hipertensos têm três vezes mais probabilidades de desenvolver doença das coronárias, seis vezes mais de desenvolver insuficiência cardíaca e sete vezes mais de terem um acidente vascular cerebral».

O aumento sustentado da pressão arterial tem, ainda, outras consequências ao nível do coração.

«Por um lado, o aumento do trabalho efectuado pelo músculo cardíaco provoca a sua hipertrofia (o seu desenvolvimento), aumentando as suas necessidades energéticas e tornando-o menos resistente às obstruções ao fluxo sanguíneo no interior das artérias coronárias, consequência do desenvolvimento das placas ateroscleróticas. Esta situação pode condicionar o aparecimento da angina de peito, de enfarte do miocárdio e de insuficiência cardíaca», salienta Manuel Almeida, prosseguindo:

«Por outro lado, a tensão arterial alta faz parte de uma constelação de factores que se interrelacionam, ou seja, a obesidade favorece a subida da tensão arterial, mas também está associada à dislipidemia (colesterol elevado), à diabetes e, eventualmente, ao tabagismo e ao stress. Esta associação de factores de risco que tende a ocorrer em conjunto favorece sobremaneira o agravamento da doença aterosclerótica e das suas complicações cardiovasculares e cerebrovasculares.»

O que se pode fazer?

A maioria dos tratamentos envolve uma dieta, exercício físico e a toma de medicamentos de uma forma regular.

Dado que muitas pessoas com HTA são obesas beneficiam de uma dieta que proporcione uma redução do peso, o que, a acontecer, pode baixar de imediato os valores da tensão arterial. A moderação na ingestão de álcool pode ajudar no controlo do peso e da tensão arterial. Nalgumas pessoas a redução da ingestão de sal pode baixar os valores da tensão arterial.

«Alguns doentes irão necessitar de medi­cação regular para o controlo eficaz dos valores da tensão arterial. O tratamento é relativamente simples, na maior parte dos casos, podendo, no entanto, ser moroso e requerer alguma paciência por parte dos doentes e médicos», afirma o cardiologista, concluindo:

«A toma de medicamentos pode ser desa­gradável e ter alguns efeitos secundários. No entanto, é sempre melhor que sofrer uma trombose cerebral ou um enfarte do miocárdio. A maioria dos doentes que controle a sua tensão arterial vive uma vida longa e saudável. É, ainda, importante não esquecer que a velhice se prepara na juventude com estilos de vida e hábitos saudáveis.»

Como evitar os malefícios
da hipertensão?

Existem algumas coisas que os doentes podem fazer para colaborarem no seu tratamento:

1. Manter uma ligação estreita e regular com o médico. Irá ajudar a monitorizar e controlar a tensão arterial.

2. Tomar a medicação prescrita de acordo com as orientações recebidas. Se não se sentir bem com a medicação, deve informar o seu médico de forma a ajustar a medicação. Não suspender a medicação sem informar o médico.

3. Fazer um esforço para controlar o peso, seguir um regime alimentar

saudável e praticar exercício físico com regularidade (30 a 40 minutos por dia).


Sal, um dos principais
culpados

O consumo exagerado de sal na alimentação do dia-a-dia é um dos factores implicados na origem da hipertensão arterial, que pode ter especial relevo na população portuguesa, cujo consumo de sal diário é muito superior à média europeia.

«Apesar da muita informação vinculada em diversas campanhas, nomeadamente na comunicação social, pensa-se que o consumo de sal diário continua a ser muito elevado. Outros não menos importantes são a obesidade, provavelmente associada ao consumo de sal, à diabetes e ao sedentarismo», comenta Manuel Almeida.


Tensão arterial
A hipertensão arterial, de um modo geral, não apresenta sintomas. Desta forma, muitas pessoas são hipertensas sem o saberem, razão pela qual se trata de uma doença muito perigosa. A forma mais prática de a diagnosticar é medindo-a, por um profissional de saúde, de uma forma regular ao longa da vida.

«Os vulgares aparelhos de medição disponíveis e usados habitualmente não medem a pressão arterial directa, para isso seria necessário introduzi-los dentro das artérias (como se pode fazer nos hospitais). O que medem é a tensão na parede das artérias produzida pela pressão do sangue no seu interior, daí o termo tensão arterial», explica o Dr. Manuel Almeida.

A pressão arterial sobe durante a contracção ou batimento do coração (tensão máxima ou tensão sistólica) e desce durante o seu relaxamento entre batimentos (tensão mínima ou tensão diastólica). Daí que se meçam habitualmente dois valores para a pressão, por exemplo 120/70 mmHg, sendo o 120 a tensão máxima e 70 a tensão mínima em milímetros de mercúrio. Assim, a pressão arterial varia com os batimentos cardíacos, com a postura corporal, com o sono e com o exercício.

Conforme indica o especialista, «a tensão arterial num adulto saudável deve ser inferior a 140/85 mmHg. Nos diabéticos, nos doentes com insuficiência cardíaca e disfunção renal ela poderá ter de ser inferior a 130/85 mmHg. Se a tensão arterial ultrapassar ou se se mantiver nestes valo­res, então estamos na presença de uma hipertensão arterial».

Fonte: Medicina & Saúde®

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

INCONTINÊNCIA DE ESFORÇO/PERDAS DE URINA

Algumas mulheres verificam durante a gravidez que, ao tossir ou rir vigorosamente, a bexiga liberta pequenas quantidades de urina. Esta incontinência, que resulta em perdas involuntárias de urina sofridas pela bexiga, poderá começar logo quando o efeito das hormonas da gravidez, que relaxam a musculatura da bexiga, se faz sentir. Quando a incontinência ocorre perto do fim da gravidez, algumas mulheres julgam erradamente tratar-se de líquido amniótico resultante do rebentamento das águas. Regra geral, a incontinência deixa de se verificar após o nascimento.

No entanto, o mais frequente é a incontinência verificar-se após o nascimento, por os músculos do0 pavimento pélvico terem sofrido um esforço de estiramento muito forte durante o parto. Uma série de exercícios que visem tonificar estes músculos poderá ajudar a recuperar firmeza do pavimento pélvico e este problema tende a desaparecer nos meses que se seguem ao parto. Se alguns meses após o parto a incontinência persistir, deverá pedir ao seu médico que lhe prescreva tratamento adequado.


Se bem que seja raro, pode acontecer que os músculos da bexiga e da uretra tenham sido de tal modo solicitados por uma anestesia epidural, por um parto com fórceps ou por uma cesariana que as fibras musculares inchem e se contraiam. Isso pode levar à retenção da urina. Esta situação pode ser corrigida pela introdução de um pequeno cateter, que restabelece a tensão normal.


Se as paredes da bexiga estiverem irritadas por uma infecção ou por qualquer traumatismo ocorrido durante o nascimento, esta poder-se-á tornar bastante sensível e reagir contraindo-se.


Quando a urina é conduzida dos rins para a bexiga, esta irrita os nervos da parede da bexiga, provoca uma sensação de estar cheia e surge a vontade de micção. Em casos mais graves poderá mesmo causar incontinência. Uma vez que as origens da incontinência são frequentemente infcções na bexiga, o problema fica muitas vezes resolvido com o uso de antibióticos após prescrição médica, cao contrário terá de aguardar-se até que os efeitos da contusão tenham passado.


in guia do bebé

A VIDA SEXUAL DURANTE A GRAVIDEZ

Se não existem razões médicas para a abstinência sexual, então não terá de modificar em nada os seus hábitos neste domínio durante toda a gravidez. As relações sexuais muito próximo do nascimento do bebé podem até acelerar o trabalho de parto, pois o esperma masculino contém uma substância, a prostaglandina, que estimula as contracções do útero. Porém, este efeito apenas se faz sentir no colo do útero já pronto para dar à luz. Se ainda não for a altura certa, a prostaglandina não tem qualquer efeito benéfico para o trabalho de parto. As relações sexuais não prejudicam em nada o seu bebé. Não poderão provocar aborto, uma vez que o feto está bem protegido pela bolsa amniótica e pelo líquido nela contido.
Não deixa no entanto de ser verdade que a vida sexual do casal se altera durante a gravidez. Durante os primeiros três meses as mulheres exprimentam uma diminuição do apetite sexual. Esta pode ser uma reacção perfeitamente normal às mudanças hormonais que se estão a processar no seu corpo. Se sentir muitos enjoos e sofrer de fadiga é bem compreensível que não tenha muita vontade de ter relações sexuais.

Passados os primeiros três meses, pode até acontecer que sinta mais vontade em ter relações sexuais do que antes da gravidez. No decurso dos últimos meses de gravidez é normal que esta vontade volte a decrescer. O volume crescente da zona abdominal da mulher poderá tornar a prática do sexo algo desconfortável durante os três últimos meses.

Também o seu parceiro terá de se adaptar à nova situação, muito embora não seja válida para ele a desculpa das mudanças hormonais! Certos homens consideram até o facto de a sua parceira estar grávida sexualmente excitante. Outros há que, ao invés disso, experimentam uma diminuição da libido ao serem confrontados com as mudanças que se operam a nível físico durante a gravidez.

Talvez o seu parceiro interprete a sua falta de vontade como um indício de que perdeu para sempre a vontade de ter relações sexuais, sentindo-se rejeitado.

Certos homens albergam também um medo inconsciente e irracional de que as relações sexuais possam magoar o bebé. Se experimentar qualquer tipo de problemas a nível sexual é importante discuti-los com o seu parceiro. O sexo durante a gravidez poderá até reforçar a intimidade e a sensação de união que já antes sentiam.

Como é óbvio, não é forçoso que tenha de haver relações sexuais.

O médico poderá aconselhar a limitar a frequência ou mesmo a evitar as relações sexuais se uma das seguintes situações se verificarem:

- Se já antes ocorreu mais de um aborto nos primeiros meses de gravidez;

- Se durante a gravidez se verificarem hemorragias;

- Se já tiver tido mais do que um parto prematuro, deverá evitar ter relações sexuais nos últimos meses de gravidez;

- Se a grávida sofrer alguma infecção na vagina;

- Se o colo de útero se abrir antes do tempo ou se ameaçar entrar em trabalho de parto antes do tempo;

- Se se tiverem verificado perdas de líquido amniótico;
Fonte: in guia da gravidez

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

BEBÉS: RETINOPATIA DA PREMATURIDADE

Dr. A. Augusto Magalhães


A retinopatia da prematuridade (RDP) é uma doença do desenvolvimento da vascularização da retina que, nos bebés que nascem prematuramente, se encontra incompletamente desenvolvida.


Esse desenvolvimento fora do ambiente uterino pode dar-se de forma anómala levando a alterações capazes de destruir a estrutura do globo ocular e consequentemente à cegueira.

O risco é maior para os nascimentos com menos de 31 semanas de gestação, com peso inferior a 1250 gramas e ainda para os prematuros com maior instabilidade cardio-respiratória no período neo-natal.


A RDP é uma das maiores causas mundiais de cegueira infantil; é a segunda causa nos EUA e a primeira em alguns países com economias emergentes como a China e alguns países da América latina.


As características clínicas, os factores de risco, as etapas evolutivas da doença e a sua história natural são bem conhecidas graças a estudos multicêntricos, como o Cryo-ROP Study e o ETROP. Nestes estudos ficou claramente provado que o tratamento com crioterapia ou laser é eficaz quando administrado no momento correcto. É por isso necessário que todas as crianças de risco sejam rastreadas em tempo útil.




A importância de um programa nacional de rastreio, de registo e de tratamento da doença


Em Portugal nascem cerca de 1020 crianças por ano com muito baixo peso em risco elevado de desenvolver a doença. Destas, apenas 67% são observados por um oftalmologista. A incidência de RDP observada é de 20,4%. Esta cobertura insuficiente deve-se à necessidade de múltiplas observações a cada um destes prematuros e à falta de recursos humanos qualificados nos hospitais com unidades neo-natais.


Com a melhoria dos cuidados neo-natais, a tendência é para um aumento da incidência da RDP em Portugal e para o aparecimento de formas cada vez mais graves, o que levará à necessidade de maiores recursos humanos e técnicos para evitar as consequências da doença. Torna-se, por isso fundamental a implementação de um programa nacional de rastreio, de registo e tratamento da RDP.


As regras para a realização de um rastreio, vigilância e tratamento eficazes estão bem definidas internacionalmente: é obrigatória a observação e vigilância oftalmológica de todas as crianças que nasçam com menos de 32 semanas de gestação e/ou com menos de 1500 gramas. A não observação desta regra pode, para além das questões de ordem ética, colocar problemas de ordem médico – legal aos responsáveis pelas unidades de saúde onde se dão os nascimentos. É por isso necessário criar em Portugal mecanismos capaz de garantir que todos os recém-nascidos sejam diagnosticados e tratados correctamente e em tempo útil.

Os novos sistemas digitais capazes de registar as imagens do fundo ocular e de as enviar através de uma rede informática para centros de observação com oftalmologistas experientes na avaliação e tratamento da doença poderá facilitar muito a criação de um programa nacional de rastreio, registo e tratamento da RDP. A qualidade e a fiabilidade dos últimos modelos com uma câmara de grande ângulo fazem destes equipamentos um precioso auxiliar na economia de tempo e de recursos humanos qualificados em oftalmologistas pediátricos treinados.


Em Portugal, existem cerca de 20 hospitais com unidade de cuidados neo-natais onde nascem mais de 20 prematuros de baixo peso por ano. A instalação de 20 unidades digitais de registo e a criação de centros de observação estrategicamente localizados permitiria a criação de uma rede nacional capaz de garantir a observação de todas as crianças de risco por oftalmologista pediátricos especializados nesta patologia.


A Sociedade Portuguesa de Oftalmologia recomenda a todos os responsáveis por unidades de cuidados neo-natais com crianças de risco a compra deste tipo de equipamentos no sentido de garantir a observação e a decisão por um oftalmologista qualificado.



Dr. A. Augusto Magalhães
Coordenador do Grupo Português de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia




Fonte: Jornal do Centro de Saúde

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

LIMÃO

Graças a alta concentração de vitamina C que contém, o limão é o maior inimigo de todas as substâncias prejudiciais ao organismo, não importando em que lugar, órgãos ou tecidos se tenham acumulado ou agido. Essa vitamina evita a fragilidade dos ossos, má formação dos dentes, torna mais rápida a cicatrização de feridas e queimaduras, evitando também hemorragias. Como contém ainda muitos sais minerais, mantén o equilíbrio interno do organismo e o vigor do sistema nervoso. Como remédio, o limão é empregado contra icterícia, diabetes, hemorragia nasal, doenças da pele, infecções da garganta, gripe e dor de cabeça. Ele acaba ainda com a acidez sanguínea e dissolve o ácido úrico. Mas, no geral, é indicado para casos de acidez da boca e estômago, anemia, apendicite, arteriosclerose, artrite, asma, blenorragia, cálculos, caspa, diabetes, edemas, enxaquecas, congestões, conjuntivite, alergia, febres, esterilidade, mau hálito, obesidade e uma infinidade de doenças.
Fonte: vitaminasecia.hpg.ig.com.br

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

ANDROPAUSA: "A MENOPAUSA NO HOMEM"

Ainda há bem pouco tempo, se pensava que após certa idade, era normal e fisiológico o homem tornar-se mais triste, apático, apresentando em simultâneo perda do apetite sexual, isto é, características atribuídas ao envelhecimento. Ao contrário do que ocorre na menopausa feminina, com uma diversidade de sintomas, desde afrontamentos, irritabilidade, depressão, etc., os sintomas físicos da andropausa no homem são mais subtis, não sendo observados e identificados, com facilidade.

É um tema científico ainda de estudo recente, não havendo portanto um consenso unânime no mundo científico da medicina.

“A andropausa corresponde a um período da vida do homem em que alguns apresentam sintomas decorrentes da diminuição dos níveis de testoterona (hormona masculina).

Tal diminuição é fisiológica, isto é, normal ocorrendo em aproximadamente a 1% ao ano, após os 40 anos.

Depois dos 50 anos, 40 % dos homens apresentam sintomas sugestivos de queda dos níveis de hormonas. Não existe, no entanto, um critério uniforme na medicina sobre como e se é necessário tratar, uma vez que os efeitos colaterais dos medicamentos hormonais masculinos são bastantes”.


Reconhecendo o problema

Embora já tenham sido confundidos com situações de depressão, os sintomas mais comuns são: desinteresse sexual, problemas de erecção, falta de concentração e de memória, queda de pelos púbicos, insónia, perda de peso e por vezes consequentemente o próprio quadro depressivo. Em casos extremos, a baixa da produção de testosterona pode provocar osteoporose.

“Se um homem apresentar tais queixas que aparecem em geral de forma lenta e progressiva, deve procurar o médico que então fará o doseamento hormonal para saber como estão os níveis de testosterona” no sangue.


Quando tratar

O tratamento é recomendável apenas quando a quebra hormonal for acentuada. “Tal reposição deve ser feita, porém, sob rigoroso acompanhamento médico com uma criteriosa avaliação geral do paciente.

Porque assim como as hormonas femininas, a testosterona sintética (que é produzida em laboratório) apresenta também consideráveis efeitos colaterais. O principal problema reside no aumento de risco do homem vir a apresentar tumor d próstata. “Esse tipo de tumor necessita de hormonas masculinas para se desenvolver”. Se o homem tiver um cancro oculto ou uma predisposição, então o aporte hormonal esterno poderá acelerar o seu desenvolvimento. Nesses casos, a terapêutica hormonal substitutiva estará totalmente contra-indicada.

Outro efeito colateral importante são as alteração do funcionamento do fígado provocadas pela testosterona, quando administrada por via oral. “Existe aumento da predisposição de desenvolver doenças cardiovasculares e até o próprio aumento de volume da próstata, que causa ou intensifica problemas urinários como a dificuldade para urinar”.

A qualquer sintoma, o médico deve ser sempre procurado. “Embora a andropausa atinja com maior intensidade os fumantes, os alcoólicos e todos que apresentem doenças crónicas, como diabetes, doenças coronárias, hipertensão arterial e obesidade, apenas o profissional médico sabe indicar a melhor forma de tratamento e sua necessidade”. “A principal contra-indicação é tomar hormonas por autoria própria, sem acompanhamento médico”.

PEDICULOSE: O PIOLHO NÃO BATE À PORTA

Dr. Tiago Reis

A pediculose da cabeça e corporal é uma infestação universal, mas que tende a ser prevalente nas regiões tropicais, em aglomerados populacionais e em escolas e lares. A transmissão ocorre por contacto directo cabeça a cabeça, ou pelo contacto com roupas contaminadas. Para que haja um diagnóstico adequado, é necessário analisar todo o couro cabeludo, tendo em especial atenção às áreas retroauriculares e à nuca.




Há mais de cem mil anos que se conhece a pediculose. Os ovos mais antigos foram descobertos em escavações, no Médio Oriente, entre 6300 e 9000 AC.

Esta infestação tem como agente três tipos de piolhos: o Pediculus humanus var capitis, responsável pela pediculose da cabeça; o Pediculus humanus var corporis, agente da pediculose corporal; e o Pthirus pubis, causador da pediculose púbica.

Trata-se de uma infestação universal, mas que tende a ser mais prevalente nas regiões tropicais, em aglomerados populacionais e em escolas e lares.

A transmissão ocorre por contacto directo cabeça a cabeça ou pelo contacto com roupas contaminadas. Quanto à pediculose púbica, a transmissão é tipicamente sexual.A principal manifestação clínica é o prurido nas localizações da infestação, conjuntamente com eritema local e pequenas pápulas nos locais das picadas. Escoriações, piodermite e linfadenopatia também podem ser observadas. Na pediculose corporal e púbica, especialmente nas formas mais intensas e de maior duração, observam-se máculas azuladas, denominadas de máculas cerúleas, resultantes de pigmentos formados pela acção da saliva do parasita sobre a hemoglobina do hospedeiro.

Diagnóstico da pediculose

O diagnóstico de pediculose faz-se pela visualização do parasita vivo e/ou das lêndeas. Todo o couro cabeludo deve ser observado cuidadosamente e deve-se ter uma especial atenção às áreas retroauriculares e à nuca. A distância das lêndeas à raiz do cabelo evidencia a duração da infestação. Para o diagnóstico da pediculose corporal, o exame deve incluir não só a pele do doente mas especialmente as costuras da roupa, onde os piolhos geralmente se alojam. Na infestação por Pthirus pubis, o parasita pode ser encontrado em qualquer local com pêlo, especialmente na região púbica, mas também nas pernas, tronco, barba e pestanas.


Tratamento mais eficaz

A chave para um tratamento eficaz é o tratamento do doente infectado e de todos os seus contactos. Além disso, está recomendada a lavagem a altas temperaturas (a mais de 60ºC) da roupa do doente e da roupa de cama e de banho.

São várias as opções farmacológicas para o tratamento desta afecção. As piretrinas naturais, conjuntamente com butóxido de piperonilo que potencia a acção parasiticida, estão disponíveis em formas farmacêuticas de venda livre (champôs e loções). Este pediculicida deve permanecer no couro cabeludo não mais de dez minutos. A permetrina, utilizada em concentrações entre um e cinco por cento, é uma piretrina sintética. Por ter uma actividade residual de duas semanas, é mais eficaz que os outros parasiticidas. O lindano (champô a um por cento) é um fármaco muito eficaz, mas por possuir neurotoxicidade potencial deve ser utilizado com precaução (evitar aplicações sucessivas, limitar o uso em crianças com menos de dois anos e não utilizar se houver erosões cutâneas).

A remoção mecânica dos piolhos e das lêndeas deve ser usada como tratamento adjuvante. Para isso, pode-se utilizar um pente especial de dentes finos nos cabelos húmidos, de forma bissemanal durante duas semanas.

Tem-se verificado nos últimos anos, um aumento das resistências aos pediculicidas, pelo que é de admitir esta possibilidade, caso se verifique ineficácia do tratamento. Terapia rotacional e a combinação com medidas mecânicas são a melhor forma de lidar com este problema.


O que é o piolho

É um insecto que não voa, não salta, pode parasitar o couro cabeludo, corpo e região da púbis, alimenta-se de sangue humano e vive em torno de 30 dias. Dependendo da espécie, a fêmea pode colocar até 300 ovos durante sua vida.

Dr. Tiago Reis

Serviço de Dermatologia do Hospital de Santo António

UM DECOTE DE ARRASAR

Vanessa da Trindade
Ter um peito bonito, seios proporcionados e elevados, quem não quer? Todas as mulheres conhecem o poder desta zona do corpo, sabem como realçar o decote e destacar aquele que é considerado o elemento de feminilidade por excelência. No entanto, nem sempre os nossos seios têm ou mantêm as características ideais. A palavra de ordem é prevenir, antes de ter de optar pela cirurgia.


Cuidados que deve ter com os seios
- Use um sutiã adequado ao seu tipo de seio, que não aperte demasiado as costas, com a copa certa para o seu volume. O sutiã certo evita que se formem pregas nas costas, que haja quebra no tecido mamário e combate eficazmente a força da gravidade de forma confortável.

- Hidrate os seios todos os dias de manhã e à noite. Um creme nutritivo evita o aparecimento de estrias e previne flacidez.

- Não tome banhos muito quentes. Tente diariamente alternar o duche frio com duche de água morna. As alterações térmicas directamente nos seios são muito eficazes para prevenir a flacidez.

- Mensalmente faça um exame de palpação para verificar se encontra algum nódulo ou alteração no tecido mamário.


O que deve saber sobre as cirurgias de seios
Os exames básicos e os dados relatados por si na consulta com o cirurgião são suficientes para avaliar suas condições clínicas para a cirurgia, sempre que necessário, dependendo de cada cirurgia e de cada paciente, diferentes tipos de avaliação serão solicitados.

Todas as intervenções que podem actualmente realizar-se na zona dos seios são, por norma, realizadas sob anestesia geral e requerem um dia de hospitalização. Qualquer uma destas cirurgias realiza-se entre 1 a 2 Horas. As ligaduras retiram-se ao fim de 24 a 48 Horas e deve evitar os movimentos bruscos ou carregar pesos durante as primeiras semanas. A mobilidade dos movimentos ficará condicionada durante os primeiros dias, mas será temporária, tal como o desconforto e a insensibilidade da zona operada.


Mamoplastia de aumento
A mamoplastia de aumento é uma cirurgia com a finalidade de aumentar o tamanho dos seios através da introdução de uma prótese de soro fisiológico ou mista, que normalmente é colocada sob o músculo peitoral. O resultado da mamoplastia de aumento é uma melhor harmonia entre a forma e o volume dos seios. As cicatrizes serão na sub-auréola, sub-mamaria e axilar, por isso completamente imperceptíveis.

Mamoplastia de Redução
Se o tamanho dos seus seios a incomoda, quer pela questão estética quer pelo peso que sobrecarrega a sua coluna, deve optar pela Mamoplastia de redução. Este procedimento retira o excesso de tecido mamário: pele e gordura. A cicatriz normalmente fica em volta das aureolas ou em forma de T invertido, recuperando a harmonia e proporção corporal.


Mastopexia
Esta intervenção consiste em elevar os seios decaídos, retirando a partir da auréola tecido adiposo e a pele que sobeja. O resultado é a alteração da posição da mama, conseguindo reposicionar mais acima, a aureola, criando uma harmonia entre esta e volume mamário. Este procedimento também é recomendado para corrigir assimetrias. Este procedimento também pode ser combinado com o implante de prótese mamaria, para quem tem seios pequenos e descaídos.